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Peço a Palavra, Sr. Candidato! - Parte I - 13/8/2002

Peço a Palavra, Sr. Candidato!
De Cinco Desafios , Eis Aqui o Primeiro, Senhor Candidato!

Nas minhas andanças profissionais e, no passado, também políticas, senti que quase todo o brasileiro, acalenta um sonho irrealizável, bem no fundo do seu subconsciente: sentar-se à frente do seu candidato à Presidência, por horas a fio, para com ele dialogar abertamente, narrando-lhe, sem as peias da linguagem protocolar, suas dúvidas, suas angústias e suas acalentadas esperanças. Conversa de brasileiro para brasileiro ...bem, às claras!

Todos nós precisamos, vez outra, de um "muro de lamentações" que, para o homem do povo, só pode ser o seu candidato, uma vez que, eleito este, logo se escuda atrás de múltiplas barreiras burocráticas e protocolares. E isto é mais verdade em relações ao candidato à Presidência, por que, além de tudo, em mulitos países, incluindo o nosso, o Presidente tornou-se o símbolo terreno do " todo poderoso", aquele que, num passe de mágica, pode solucionar todos os problemas que nos afligem e mais "os sul do Universo e suas redondezas..."

É óbvio porém, que isto só poderá ocorrer no país dos nossos sonhos, pois todo governante deve atender necessidades crescentes e quase ilimitadas, com recursos rigorosamente limitados. Que fazer então?

Atender à reais prioridades, cuidadosamente selecionadas, mostrando-se sensível e atento às angústias e aspirações de seu povo, para solucionar-las nos momentos oportuno, segundo um Plano de Governo esmeradamente elaborado.

Animado por estas idéias é que, como homem do povo, que me honro de ser, corro pressurosamente para o meu Bate-Papo Inviável, apresentando ao Candidato o "1º desafio : preparar o Cidadão para uma grande nação".

O Homem foi exaltado sobre todas as criaturas da face da Terra, ao ser privilegiado com as faculdades de amar, pensar e comunicar-se. Tais dádivas divinas, conferiram ao Ser Humano, e somente a ele, os sublimes dons da amizade e da auto-realização, tanto profissional, como social, econômica, política e moral.

Nas palavras do inolvidável Rui: "O Criador começa e criatura acaba a criação de si mesma".

Disso decorre a principal missão dos governantes verdadeiramente democráticos: a de propiciar a cada cidadão do seu país, as condições mais favoráveis, para que ele possa completar com êxito, a obra divina iniciada pelo Criador.

Quando se envereda por outros caminhos políticos, como aquele que reduz as opções de Ser Humano as duas-só fazer aquilo a que é obrigado e deixar de fazer aquilo que lhe é proibido, se está implicitamente eliminado uma das mais preciosas e poderosas fontes de geração de progresso e bem-estar , qual seja, inegavelmente, a que provêm da plena liberação do gênio criativo e inventivo do Ser Humano.

Na medida, pois, em que o sistema educacional de uma nação revela-se inadequado na correta preparação dos seus cidadãos-e Dewey dizia que Educação é uma obra de Engenharia Social, não há sistema social, político ou econômico, que fique a salvo de freqüentes e graves crises.

Apenas para exemplificar alguns sinais dessa inadequação, no caso brasileiro, sem qualquer intenção de crítica destrutiva ou de cunho pessoal, citamos os seguintes:

1)-crescente onda de corrupção, marginalismo e criminalidade;

2)- a necessidade que sentem os jovens do nosso País, de adquirir em "cursinhos", os conhecimentos que deveriam ter adquirido no Ensino de 2º Grau, para poderem ingressar no Ensino Superior;

3)-a injustificável e suicida medida que tomamos de limitar as vagas para ingresso no Curso Superior a uma quantidade ridiculamente pequena, em relação ao número de candidatos inscritos, vale dizer em relação à real demanda da Sociedade.

Não significa esta atitude, Sr. Candidato, o mesmo que dizermos à juventude do nosso País "sentimos muito que vocês estejam mal preparados por nós mesmos, mas nada podemos fazer ..."

Poderemos, Sr. Candidatos ,construir uma grande Nação-potência, com a maior parte das novas gerações inteiramente frustrada, por ver cortadas pela raiz sua maiores e melhores aspirações de sucesso profissional e social? Não seria isto, Sr. Candidato, um ato de lesa-Pátria, do qual teremos de prestar contas, mais cedo ou mais tarde, no implacável Tribunal da História?

Alega-se, sempre e sempre, falta de recursos- "não tem verba", mas de Hugh Dalton tiramos a inspiração para a resposta a essa clássica desculpa: "Economia é uma questão de seleção! Devemos então deixar de lado o acessório protelável, para atender o principal e inadiável , que é a Educação".

No Estado da Califórnia, a sessenta por cento do orçamento, anualmente aplicado em Educação, transformou-o no mais rico e poderoso Estado daquela Nação.

Isto sobejamente testemunha o que dizem hoje muitos economistas de renome: "Cada real aplicado em educação é mais rentável do ponto de vista do desenvolvimento global, do que qualquer real aplicado na infra-estrutura da Economia ".

Que tal, Sr. Candidato, não vale a pena tentar?

Curitiba , 09 agosto de 2002

Ivo Arzua Pereira - Cidadão Brasileiro

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