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Peço a Palavra, Sr.Candidato! - Parte II - 20/8/2002

Peço a Palavra, Sr. Candidato!
"Mudança do Comportamento Nacional", eis o Segundo Desafio Brasileiro!

No "bate-papo" anterior, relativo ao 1º Desafio Brasileiro-"A Preparação do Cidadão de uma Grande Nação", abordamos com o Candidato alguns alarmantes sinais de inadequação do nosso sistema educacional, não só em termos de qualidade, mas também no que respeita à quantidade. Há longo tempo habituamo-nos a reconhecer que "contra fatos não há argumentos"- no caso, corrupção, crime organizado, narcotráfico, etc - ou seja, que os resultados medem precisamente o desempenho de uma pessoa, de uma instituição e da Sociedade e dos Governos . Pois, Sr. Candidato, os fatos, às mancheias, estão ai a todo o momento nos noticiários da Imprensa .

Fica assim claro que, sem mudança de comportamento individual e social, não haverá desenvolvimento: os povos que buscam o desenvolvimento, e a maioria o quer a todo custo, devem familiarizar-se com o "alto preço a ser pago por ele", sem o que seus esforços serão dispersivos, baldados e frustrantes.

O economista Louis Walinski conseguiu apresentar, magistralmente, uma visão sintética do que significa " o preço do desenvolvimento", ao afirmar que: "Pelo menos em alguns países em desenvolvimento, começou a surgir uma verdadeira consciência de que o desenvolvimento econômico é parte e parcela de um processo amplo de transformação social que, necessariamente, deve ser longo, lento e penoso; que o crescimento só pode resultar de poupança, investimento e produção; que poupança exige abstinência; que os recursos escassos devem ser distribuídos com inteligência e usados com eficiência e honestidade; que os valores, costumes e modo de pensar e agir tradicionais , são incompatíveis com os objetivos do desenvolvimento e devem adaptar-se a eles; que o auxílio externo pode ajudar, mas realizará apenas uma pequena porção da tarefa, e que tudo isso é parte do preço do desenvolvimento, que aqueles povos que o reclamam devem estar dispostos a pagar".

Walter Whitman Rostow, em sua "Teoria do Desenvolvimento", ao definir precisamente as Fases do Desenvolvimento, confirma esse ponto de vista de Walinski e assim as classifica: 1-Sociedade Tradicional; 2-Pré-condições para a Demarragem; 3-Demarragem; 4-Marcha para a Maturidade; 5- Maturidade; 6- Super-Consumo.

Também Robert Heilbroner, autor de "As Perspectivas do Homem", prega "uma radical mudança de comportamento humano e social ", como "única" solução para evitar a extinção da Humanidade pela poluição ambiental, e nós acrescentaríamos também pela "poluição mental", que invadiu a "mídia" em todo o Mundo.

Portanto, se Walinski acha que "o modo de pensar e agir tradicionais são incompatíveis com os objetivos do desenvolvimento e devem adaptar- se a eles"; se Rostow acha que a entrada de uma nação na "Fase das Pré-condições para a Demarragem" implica "radical mudança do tradicional comportamento de um povo" e se Heilbroner também a eles se alia , porém agora em um sentido mais amplo ou seja "desenvolver para salvar a Humanidade do extermínio", parece que não nos resta outro caminho, seja para desenvolver o Brasil, seja para preservar-lhe os "recursos naturais renováveis" e a "qualidade" de vida, que o de operar uma profunda mudança da mentalidade e do comportamento nacionais, centrada no respeito à ética e à moral, para o que é de vital importância a maciça contribuição dos órgãos de comunicação-rádio, jornal e televisão, e das instituições educacionais, culturais, empresarias e governamentais.

O ovo ou galinha?- Quem surgiu primeiro? Dilema semelhante : as estruturas sociais e políticas condicionam o comportamento humano e social, ou este é que condiciona aquelas ? Que acha Sr. Candidato?

Na verdade existe uma interação permanente e contínua, com cidadãos inadequadamente preparados e estruturas tradicionais e arcaicas, produzindo uma causação circular atrofiante.

Como então, Sr. Candidato, romper esse círculo vicioso, para transformá-lo em uma causação em espiral desenvolvimentísta ascendente?

Parece que a única resposta seria uma "mobilização ou pacto nacional para o desenvolvimento", cabendo então às elites sociais, econômicas, políticas e culturais, conjugarem-se decididamente na promoção dessa "reversão das expectativas", através de uma "estratégia de salvação nacional que erradique as causas dos nossos problemas humanos, sociais, econômicos, políticos e, culturais", sem o que ficaremos, interminavelmente, a combater seus maléficos efeitos-corrupção, crime organizado, narcotráfico etc.- que só tendem a agravar- se com o aumento da população.

Assim sendo, a "mudança de comportamento nacional", que estamos propondo, constituir-se-ia em uma solução ideal e definitiva para a crise brasileira, que é mais de natureza ética e moral, que de qualquer outra gênese .

É bom enfatizar, Sr. Candidato: "o que importa não é o que se diz, mas o que realmente se faz ".

O Brasil precisa, como nunca, Sr. Candidato, de "mais ação e menos conversa"

Ivo Arzua Pereira-Cidadão Brasileiro

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