Os Princípios Básicos de Cidadania:
(Uma Estória Em 4 Atos)
"Não existe, no Governo, coisa nenhuma que não
proceda do Povo e um Povo no qual morreu o espírito de iniciativa e a aptidão
de arrumar-se por si mesmo, continua cada vez menos a agir por si mesmo, até
que, por fim,Povo e Governo se reduzem a igual impotência".
(Os Princípios da Prosperidade - H. Ford)
Esta estória, em quatro atos, procura por em evidência porque alguns povos evoluem,
desenvolvem-se e fazem parte do 1º Mundo, enquanto outros permanecem no 3º Mundo.
1º Ato : Num país do 3o mundo.
Lema : "NÃO É COMIGO"!
Neste país, para solucionar cada problema comum, todo mundo esperava indefinidamente que alguém algum indivíduo o fizesse.
E, realmente, qualquer um, qualquer indivíduo , dotado do sentimento de responsabilidade e de vontade, poderia facilmente tê-lo feito, mas ninguém, nenhum indivíduo o fez, sempre com a clássica desculpa evasiva: " Não é Comigo!"
A medida que as coisas deixavam de ser feitas, e os problemas insolvidos se avolumavam e se agravavam, tudo piorava e todo mundo (todos os indivíduos) se revoltava contra todo mundo (uns indivíduos contra os outros) e cada indivíduo reclamava seus direitos...direitos...direitos..., interminavelmente...
E, apesar das repetidas e infindáveis promessas dos políticos e governantes, e das sempre renovadas esperanças dos governados, tudo piorava...piorava...piorava..., inexoravelmente...
E nenhum direito era satisfeito, porque ninguém, nenhum indivíduo, queria assumir sua parte na responsabilidade comum.
2º Ato : Num país em fase inicial de mudanças... e desenvolvimento.
Lema : "SIM, É COMIGO".
Com o continuado agravamento dos problemas, o desespero ia crescendo...crescendo...crescendo..., explosivamente, tal como ocorre no interior de uma panela de pressão superaquecida.
Até que, na iminência da explosão, cada indivíduo acabou percebendo que "tinha que fazer alguma coisa", "tinha que participar".
Então cada indivíduo começou a mudar seus pensamentos, sua mentalidade, seu comportamento e, ao invés da clássica reação evasiva "não é comigo", passou a responder presente ! "Sim, é Comigo!"
A partir daí, ao invés de só pensar em reivindicar seus direitos, cada indivíduo, começou a compreender que todo direito corresponde sempre a um dever, uma obrigação, uma responsabilidade.
Entendeu, finalmente, que o direito dele terminava, exatamente, onde começava o do seu colega, amigo ou vizinho, e que, como numa colmeia ou formigueiro, cada um tem sua parte na responsabilidade geral.
3º Ato : Num pais em fase adiantada de mudanças e desenvolvimento.
Lema : "SOU UM CIDADÃO : Sou Parte Vital da Solução dos Problemas ".
Quando cada indivíduo passou a discernir claramente os limites entre seu direito e seu dever, compreendeu, finalmente, que aquele não existe sem este, constituindo ambos as faces opostas, mas solidárias, de uma mesma medalha; a medalha do verdadeiro Cidadão.
E, como um verdadeiro Cidadão, além de interessar-se pelos problemas e dificuldades da sua comunidade e do seu País, decidiu encará-los apenas como simples desafios, participando ativamente de sua solução.
E foi assim que cada indivíduo, que sempre fora somente fonte geradora de problemas, metamorfoseou-se no verdadeiro Cidadão, agente eficaz da solução dos problemas da sua Comunidade e do seu País.
E, na medida em que cada Indivíduo modificava-se, tornando-se Cidadão, uma outra mudança transcendental começava a operar-se: "todo Mundo " transformava-se em "Povo".
4º Ato : Em Um País do 1º Mundo .
Lema : Um por todos e todos por um
As mudanças de mentalidade e de comportamento, simbolizadas pelas modificações de reação ante o estímulo dos Desafios, passando do "não é comigo!", para "sim, é comigo!"; da "reivindicação dos seus direitos" para o "reconhecimento das suas responsabilidades"; de ser apenas "fonte geradora de problemas", para tornar-se também "parte da solução dos problemas", operaram, portanto, a miraculosa transformação do "indivíduo" em "Cidadão" e de "todo mundo" em "povo", plenamente consciente do seu poder político, que é lhe imanente.
Então as dificuldades e os problemas, agora encarados apenas como Desafios, foram enfrentados e contínua e persistentemente solucionados, e os padrões de saúde, educação, alimentação e habitação, foram melhorando...melhorando...melhorando...até elevar a qualidade de vida a níveis jamais sonhados.
Eis que, assim, o verdadeiro Cidadão preocupa-se e zela pela existência real de um povo livre e soberano e este procura proteger e apoiar cada cidadão, através da "Constituição de um Estado " moderno e eficaz, em um regime democrático, com um "Governo do Povo, pelo Povo e para o Povo".
E tudo começou com a conscientização dos "Princípios Básicos de Cidadania" que, através da formação cívica do "Cidadão", "pedra angular" da Sociedade Civil, criam as características básicas de um verdadeiro Povo.
Gerou-se assim, finalmente, a consciência coletiva e solidária de "Um Por Todos e Todos Por Um", e o país que antes era do 3o Mundo, alça-se agora ao nível dos países do 1o Mundo.
Curitiba, 09 de janeiro de 2003
Ivo Arzua Pereira
Academia de Cultura de Curitiba- ACCUR - Fundador e 1º Presidente |